quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Black Sharks e o sucesso do futebol americano no Brasil

Foz Black Sharks conta hoje com mais de 70 atletas e 40 associados

“Touchdown!” É o novo “Gol”. Se o Brasil por muitos anos foi chamado de “o país do futebol”, o que vemos hoje em dia é uma nova realidade. A bola no pé está no sangue do brasileiro, mas o que vem conquistando cada vez mais público e audiência é a modalidade estadunidense. O futebol americano perde hoje em audiência apenas para Copa do Mundo e Olimpíadas, mundialmente falando. No Brasil, o esporte ganhou a tv fechada e vem atraindo uma cobiça forte da poderosa Rede Globo. Os clubes tradicionais brasileiros já possuem suas equipes, e Foz do Iguaçu é onde se situa uma delas.
      
Tudo começou em 2008, quando um grupo de amigos apaixonados pelo futebol americano decidiu, de forma amadora, montar uma equipe para jogar. Hoje, o Foz Black Sharks é considerada uma das principais equipes de futebol americano do Brasil, e conta com mais de 70 atletas e 40 associados. O time disputou em 2010 a Liga Brasileira de Futebol Americano (LBFA), e terminou na quinta posição do torneio nacional. Em 2013, o Black Sharks ganhou o 1° lugar na Copa Integração. Foi em 2014 que a equipe conquistou seu principal troféu, vencendo a Liga Nacional de Futebol Americano. 

Os atletas Felipe Goldoni e Marcelo Somersão dois dos principais jogadores na atual base do Foz Black Sharks. O Marcelo é quarterback (lançador) e técnico de ataque dos Tubarões. Ele conta que a maior dificuldade é encontrar patrocínios e driblar a falta de interesse da tv aberta. “Hoje a liga americana de FA (futebol americano) é transmitida no Brasil apenas na tv fechada (ESPN). Apesar da grande audiência, sabemos que a falta de uma tv aberta apoiando dificulta o crescimento do esporte no Brasil”.

Atual presidente da equipe iguaçuense, Marcos Vasconcelos acredita que o aumento da paixão do brasileiro pelo esporte influenciou na manutenção do time até hoje. “Mensalmente recebemos novos interessados em participar da equipe. Desde 2008 crescemos muito profissionalmente, e graças aos fãs da modalidade conseguimos chegar até hoje”, comentou. Marcelo conta ainda que o time se mantém por mensalidades dos sócios, que hoje são mais de 40. 

Equipe iguaçuense participa de ligas nacionais e estaduais


O Black Sharks já promoveu em Foz do Iguaçu amistosos importantes contra grandes equipes brasileiras, como o Corinthians Steamrollers, o Fluminense Imperadores e o CoritibaCrocodiles. O jogo contra o Corinthians, por exemplo, atraiu mais de duas mil pessoas ao Estádio Pedro Basso, em fevereiro de 2010.

Atualmente o Black Sharks é campeão da Liga Nacional de Futebol Americano. O time jogou em 2014 pela confederação Sul, fase em que disputou uma vaga contra os times do sul do país, para o mata-mata nacional. Ao final da temporada se sagrou campeão, derrotando a equipe catarinense Itapema White Sharks pelo placar de 38x27, em São João Batista, Santa Catarina.

O time está sempre recrutando novos adeptos amantes do esporte que queiram se tornar aderentes da bola oval. Basta vontade de aprender e disposição para treinar e jogar. O Black Sharks atualmente manda seus jogos no campo da Associação de Moradores dos Jardim Karla, Laranjeiras e Petrópolis (AKLP), pela Liga Brasileira.

O Futebol Americano no Brasil

Corinthians Steamrollers é uma das equipes grandes do Brasil


O Black Sharks é hoje apenas uma das equipes paranaenses. O estado já possui oito equipes amadoras, que disputam o torneio nacional. Cinco times são de Curitiba, um de Maringá, um de Irati, e a equipe de Foz do Iguaçu.

No Brasil, o futebol americano passou a fazer sucesso quando a ESPN Brasil começou a transmitir os jogos da liga americana e a final do Superbowl. Hoje em dia, o futebol americano vem crescendo cada vez mais em nosso país, com diversas equipes profissionais. Os próprios clubes de futebol brasileiro passaram a investir na modalidade, como por exemplo o Corinthians, o Fluminense e o Coritiba.

A realidade do futebol americano no Brasil é que ele sobrevive graças aos apaixonados pelo esporte. Muitos atletas pagam do seu próprio bolso a manutenção da equipe, como já citado anteriormente. Os equipamentos são caros e faltam campos próprios para a prática esportiva.Os times que surgem de clubes grandes e tradicionais, como o Corinthians, contam com o apoio e patrocínio da equipe principal, e contam com uma grande estrutura para jogos e treinamentos.

Atualmente são duas ligas amadoras que se destacam no Brasil. A Liga Brasileira é organizada pela CBFA (Confederação Brasileira de Futebol Americano), entidade filiada à IFAF (Federação Internacional de Futebol Americano), que foi disputado por 33 equipes em sua última edição. Campeão em 2013, o time do Coritiba Crocodiles precisou vender rifas para sair da região sul e jogar a final contra o João Pessoa Electros, na Paraíba. O time disputou 17 partidas e ganhou todas! Mas muitos torcedores do próprio Coritiba nem chegaram a ter conhecimento do caso. 

A audiência da tv fechada

Torcedores lotam bares pelo Brasil para a final do Super Bowl

Se a modalidade no Brasil ainda é vista como forma amadora e em ascensão, a liga norte-americana vem batendo recordes de audiência na tv fechada. A ESPN Brasil é a principal emissora brasileira a transmitir todos os jogos, enquanto o Esporte Interativo também tem direito de transmissão para a final do Super Bowl. 

A temporada 2014/15 da NFL (National Football League) teve mais do que o dobro da audiência da temporada anterior. A final entre New England Patriots e Seattle Seahawks rendeu à ESPN recorde histórico de audiência no Brasil. A grande final da NFL foi assistida por 500 mil pessoas através do canal, uma audiência de 0,44% entre todos os telespectadores de TV por assinatura no país. O índice supera em 84% o registrado na transmissão do Super Bowl do ano passado.

O canal também foi destaque nas mídias sociais, onde a ESPN atingiu o primeiro lugar nos Trending Topics do Twitter no mundo com a hashtag “ESPNTemSuperBowl49”. Já a base do canal nas redes Facebook, Instagram e Twitter aumentou em 10 mil usuários durante o jogo.  

“Quando começamos a transmitir a NFL, tínhamos apenas dois jogos por semana. Agora, são seis partidas, além de dois programas semanais”, afirmou Robert Mills, gerente de programação da ESPN.

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