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Foz Black Sharks conta hoje com mais de 70
atletas e 40 associados |
“Touchdown!” É o novo “Gol”. Se o Brasil por muitos anos foi
chamado de “o país do futebol”, o que vemos hoje em dia é uma nova realidade. A
bola no pé está no sangue do brasileiro, mas o que vem conquistando cada vez
mais público e audiência é a modalidade estadunidense. O futebol americano
perde hoje em audiência apenas para Copa do Mundo e Olimpíadas, mundialmente
falando. No Brasil, o esporte ganhou a tv fechada e vem atraindo uma cobiça
forte da poderosa Rede Globo. Os clubes tradicionais brasileiros já possuem
suas equipes, e Foz do Iguaçu é onde se situa uma delas.
Tudo começou em 2008, quando um grupo de amigos apaixonados
pelo futebol americano decidiu, de forma amadora, montar uma equipe para jogar.
Hoje, o Foz Black Sharks é considerada uma das principais equipes de futebol
americano do Brasil, e conta com mais de 70 atletas e 40 associados. O time
disputou em 2010 a Liga Brasileira de Futebol Americano (LBFA), e terminou na
quinta posição do torneio nacional. Em 2013, o Black Sharks ganhou o 1° lugar na Copa Integração. Foi em 2014 que a equipe conquistou seu principal troféu, vencendo a Liga Nacional de Futebol Americano.
Os atletas Felipe Goldoni e Marcelo Somersão dois dos
principais jogadores na atual base do Foz Black Sharks. O Marcelo é quarterback (lançador) e técnico de
ataque dos Tubarões. Ele conta que a maior dificuldade é encontrar patrocínios
e driblar a falta de interesse da tv aberta. “Hoje a liga americana de FA
(futebol americano) é transmitida no Brasil apenas na tv fechada (ESPN). Apesar
da grande audiência, sabemos que a falta de uma tv aberta apoiando dificulta o
crescimento do esporte no Brasil”.
Atual presidente da equipe iguaçuense, Marcos Vasconcelos acredita
que o aumento da paixão do brasileiro pelo esporte influenciou na manutenção do
time até hoje. “Mensalmente recebemos novos interessados em participar da
equipe. Desde 2008 crescemos muito profissionalmente, e graças aos fãs da
modalidade conseguimos chegar até hoje”, comentou. Marcelo conta ainda que o
time se mantém por mensalidades dos sócios, que hoje são mais de 40.
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Equipe iguaçuense participa de ligas nacionais e estaduais |
O Black Sharks já promoveu em Foz do Iguaçu amistosos
importantes contra grandes equipes brasileiras, como o Corinthians Steamrollers,
o Fluminense Imperadores e o CoritibaCrocodiles. O jogo contra o Corinthians,
por exemplo, atraiu mais de duas mil pessoas ao Estádio Pedro Basso, em
fevereiro de 2010.
Atualmente o Black Sharks é campeão da Liga Nacional de Futebol Americano. O time jogou em 2014 pela confederação Sul, fase em que disputou uma vaga contra
os times do sul do país, para o mata-mata nacional. Ao final da temporada se sagrou campeão, derrotando a equipe catarinense Itapema White Sharks pelo placar de 38x27, em São João Batista, Santa Catarina.
O time está sempre recrutando
novos adeptos amantes do esporte que queiram se tornar aderentes da bola oval. Basta
vontade de aprender e disposição para treinar e jogar. O Black Sharks atualmente
manda seus jogos no campo da Associação de Moradores dos Jardim Karla,
Laranjeiras e Petrópolis (AKLP), pela Liga Brasileira.
O Futebol Americano no
Brasil
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Corinthians Steamrollers é uma das equipes grandes do
Brasil |
O Black Sharks é hoje apenas uma das equipes paranaenses. O
estado já possui oito equipes amadoras, que disputam o torneio nacional. Cinco
times são de Curitiba, um de Maringá, um de Irati, e a equipe de Foz do Iguaçu.
No Brasil, o futebol americano passou a fazer sucesso quando
a ESPN Brasil começou a transmitir os jogos da liga americana e a final do
Superbowl. Hoje em dia, o futebol americano vem crescendo cada vez mais em
nosso país, com diversas equipes profissionais. Os próprios clubes de futebol
brasileiro passaram a investir na modalidade, como por exemplo o Corinthians, o
Fluminense e o Coritiba.
A realidade do futebol americano no Brasil é que ele sobrevive graças aos apaixonados pelo esporte. Muitos atletas pagam do seu próprio bolso a manutenção da equipe, como já citado anteriormente. Os equipamentos são caros e faltam campos próprios para a prática esportiva.Os times que surgem de clubes grandes e tradicionais, como o Corinthians, contam com o apoio e patrocínio da equipe principal, e contam com uma grande estrutura para jogos e treinamentos.
Atualmente são duas ligas amadoras que se destacam no Brasil. A Liga Brasileira é organizada pela CBFA (Confederação Brasileira de Futebol Americano), entidade filiada à IFAF (Federação Internacional de Futebol Americano), que foi disputado por 33 equipes em sua última edição. Campeão em 2013, o time do Coritiba Crocodiles precisou vender rifas para sair da região sul e jogar a final contra o João Pessoa Electros, na Paraíba. O time disputou 17 partidas e ganhou todas! Mas muitos torcedores do próprio Coritiba nem chegaram a ter conhecimento do caso.
A audiência da tv fechada
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Torcedores lotam bares pelo Brasil para a final do Super Bowl |
Se a modalidade no Brasil ainda é vista como forma amadora e em ascensão, a liga norte-americana vem batendo recordes de audiência na tv fechada. A ESPN Brasil é a principal emissora brasileira a transmitir todos os jogos, enquanto o Esporte Interativo também tem direito de transmissão para a final do Super Bowl.
A temporada 2014/15 da NFL (National Football League) teve mais do que o dobro da audiência da temporada anterior. A final entre New England Patriots e Seattle Seahawks rendeu à ESPN recorde histórico de audiência no Brasil. A grande final da NFL foi assistida por 500 mil pessoas através do canal, uma audiência de 0,44% entre todos os telespectadores de TV por assinatura no país. O índice supera em 84% o registrado na transmissão do Super Bowl do ano passado.
O canal também foi destaque nas mídias sociais, onde a ESPN atingiu o primeiro lugar nos Trending Topics do Twitter no mundo com a hashtag “ESPNTemSuperBowl49”. Já a base do canal nas redes Facebook, Instagram e Twitter aumentou em 10 mil usuários durante o jogo.
“Quando começamos a transmitir a NFL, tínhamos apenas dois jogos por semana. Agora, são seis partidas, além de dois programas semanais”, afirmou Robert Mills, gerente de programação da ESPN.