sábado, 14 de junho de 2014

DIÁRIO DE COPA: Capítulo 2 – De Foz do Iguaçu a Salvador

 A invasão colombiana em Foz

Pai e filho animados com a seleção colombiana

Logo ao chegar no aeroporto de Foz do Iguaçu, me deparo com uma divertida surpresa. Dezenas de torcedores colombianos desfilavam alegrementes pelo saguão do local. Trajados da cabeça aos pés, homens, crianças, mulheres e idosos devidamente uniformizados com a camisa amarelinha. 

Desânimo pela ausência de Falcao Garcia? Nada disso, os rostos estampavam confiança. “É muito triste ficarmos sem Falcao, mas não podemos desanimar. Há anos não vemos uma seleção tão competitiva e talentosa” dizia um senhor que aparentava ter lá pelos seus 60 anos, esbanjando carisma e ansioso para viajar, ao lado de um amigo equatoriano, que viajava para Brasília.

Simpatia não faltava entre os torcedores estrangeiros

Os diversos colombianos se preparavam para embarcar rumo a Belo Horizonte, onde a seleção estreia amanhã contra a Grécia, pelo grupo C. A seleção ainda enfrenta a Costa do Marfim e o Japão, em um grupo equilibrado, e mesmo sem Falcao Garcia deve se classificar para a fase seguinte com certa facilidade.


Escala em Curitiba: pausa para ver o massacre holandês

Apesar do medo de viajar em meio a Copa do Mundo já em andamento, a viagem foi bastante tranqüila. Chegando a Curitiba em horário pontual (até antes do previsto), desembarquei e fui correndo para a sala de embarque, onde todo mundo olhava para a mesma direção: uma televisão onde assistiam sem piscar o jogão entre Espanha x Holanda. Assim que me sentei, golaço de Robin Van Persie, que naquele momento ainda empatava o jogo em 1x1. 

Um pouco antes de embarcar a Holanda já calava os espanhóis com uma sova de futebol bem jogado: 3x1. O tempo do meu embarque até o momento em que sentei confortável em minha poltrona foi o bastante para confirmar o que todos no avião comentavam surpresos: a Holanda goleava sem dó a atual campeã mundial. 4x1.

Aeroporto parado para ver o massacre holandês

Antes do meu vôo decolar às 17h55 pontualmente, ainda deu tempo de acompanhar o fim do jogo pelas redes sociais. 5x1 fora o baile, de uma Holanda que chegou com dúvidas e até mesmo ameaçada pelo Chile ao posto do segundo lugar do grupo B. Se a dúvida até o momento era se os chilenos ou holandeses classificavam, a história agora muda. Estaria a Espanha ameaçada? Após esse jogo, resta rezarmos para que a Holanda fique mesmo em primeiro no grupo, afinal, cruzar com eles novamente nas oitavas seria uma dor de cabeça sem tamanho para a seleção brasileira. 

Meu vôo para Salvador é um “pinga-pinga” até Manaus. Ele fará escala em Salvador e Fortaleza antes de chegar à capital amazonense. Graças a isso foi possível encontrar torcedores de diversas seleções. O converseiro era recheado de uma deliciosa mistura de sotaques e línguas, a maioria discutindo o óbvio: futebol.

 Uruguaios rumo ao Ceará, para assistirem a partida contra a Costa Rica. Ingleses e italianos indo para Manaus, onde acompanham o grande jogo entre as duas seleções.  Alemães e portugueses desembarcando em Salvador, para o jogão da próxima segunda-feira. E brasileiros é claro! A Copa do Mundo é isso, uma infinita mistura de culturas em prol do mesmo ideal, vivenciar futebol 24 horas por dia. Se existe coisa melhor, eu não conheço!


Chegada em Salvador: Enfim, respiremos Copa do Mundo!

Eram 20h20 quando o avião pousou em solo baiano. Incrivelmente a viagem para Salvador parece sempre infinita, ainda mais dessa vez, vindo de Curitiba. Apesar da demora normal do vôo, foi tudo muito tranquilo. Logo que desembarquei já era possível avistar várias camisas laranjas pelo saguão do aeroporto. A seleção holandesa passaria por ali em alguns minutos, embarcando direto para o Rio de Janeiro após a goleada. Por onde eu olhava, era possível reconhecer muitas camisas de Alemanha x Portugal, confronto que acontece segunda-feira (16).

Salvador respira futebol. Esse é o clima das cidades sedes da Copa do Mundo, que recebem milhares de turistas, que pouco se preocupam com obras inacabadas ou alguma desordem pelo caminho. Eles pensam mesmo é em festejar, disseminar sua cultura e alegrar por onde passam. Foi assim que os holandeses dominaram Salvador na tarde de sexta-feira. 

 
Holandeses pintaram Salvador de laranja (Foto: Divulgação)

Uns chegam, outros vão. A tendência agora é vermos uma Salvador recheada de polacos animados carregando suas famosas cervejas por onde passam. Os alemães não são mais vistos como “cintura dura” como eram reconhecidos em muitas Copas passadas. A seleção germânica é hoje uma das mais carismáticas em solo brasileiro, e arrancam simpatia de todos os brasileiros. 

A minha luta por um ingresso continua. Tenho até às 15h de segunda-feira para conseguir entrar na Arena Fonte Nova e realizar o meu sonho de assistir os meus preferidos. Até lá, continuo acompanhando tudo por aqui. Salvador amanheceu com um sol forte que a muitos dias não se via, e o dia será longo.  

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