sexta-feira, 11 de julho de 2014

A Copa do Mundo das mulheres

A emoção foi grande ao vivenciar a Copa


Estamos chegando ao fim. Se antes era duvidoso e visto com incerteza por muitos, hoje podemos dizer que a Copa do Mundo 2014 já entrou para a história como uma das melhores da história. Mesmo com desfalques importantes ficando fora, como os craques Falcao Garcia (Colômbia), Ribery (França) e Reus (Alemanha), lesões que chocaram como a de Neymar, seleções queridas que não classificaram (Suécia de Ibrahimovic), entre outros problemas, o mundial deste ano provou que o brasileiro é mesmo um povo festivo e bom anfitrião.

Mais importante que a festa nos estádios, a simpatia dos gringos e os belos jogos, uma característica importante a ser destacada nesta Copa é o grande número de mulheres que frequentam os estádios, as festas, os bares e debates. Mulheres que vivenciam a emoção do maior evento de futebol do mundo.

Fernanda Gentil é destaque jornalístico do mundial

Se por muitos anos a mulher foi vista com tom de preconceito no futebol, hoje em dia a história é bem diferente. Na Copa do Mundo deste ano, o número de repórteres mulheres a cobrir o mundial tem número recorde! Fernanda Gentil, a nova queridinha da Globo, já é considerada uma das melhores jornalistas da atualidade, e vem conquistando cada vez mais espaço na emissora. Há quem diga que a simpática repórter está sendo treinada para 2018 ser a cabeça de chave da emissora no próximo mundial, que será realizado na Rússia.

2014 marcou ainda a contratação da primeira mulher a treinar um clube masculino de futebol. O Clermont Foot 63, da segunda divisão francesa, contratou Helena Costa no início do ano. A treinadora passou seis meses no comando da equipe, mas precisou se afastar por motivos pessoais. Após a saída da técnica, o time anunciou outra mulher para ocupar o espaço. Corinne Diacre assinou contrato por duas temporadas, e já foi capitã da equipe feminina da França.

Além de crescer no meio esportivo profissionalmente, as mulheres tem ganhado ainda mais espaço em rodas de debate sobre futebol. A tradicional cena de amigos comentando sobre futebol em uma mesa de bar já não é unanimidade hoje em dia. Quantas de nós comentamos não só futebol, mas passamos a acompanhar UFC, basquete, futebol americano? Esportes que eram entretenimento preferido dos homens passou a ser também paixão feminina.

O futebol também é nosso

Apaixonada e acompanhando futebol há vários anos, pude presenciar a força feminina nos estádios da Copa esse ano. Em Salvador, nos jogos Portugal 0×4 Alemanha e França 5×2 Suiça, pela fase de grupos, o que mais se viam eram grupos de mulheres animadas chegando aos estádios, trajadas com as cores de suas seleções e afiadas a comentar. Na ponta da língua, sabemos não só a lei do impedimento, mas ditar regras e opinar sobre tática e técnica dos jogadores e times.

A barreira do preconceito ainda é grande, mas vem mudando de ares ao passar dos anos. Isso acontece também durante os campeonatos estaduais e nacionais. Quantas mulheres vemos comentando sobre seus times? Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras… Não é difícil encontrarmos cada vez mais fanáticas pelo esporte.

Ainda somos minoria, e muitas vezes vistas como “marias-chuteiras” por muitos homens mal resolvidos, mas crescemos e mostramos nossa força para comentarmos e acompanharmos tudo o que quisermos. O esporte é um meio de unir nações com o mesmo ideal de celebrar e vibrar, e mais do que nunca, viemos para provar que também temos a paixão e a sabedoria sobre as mais variadas modalidades, dentro de nós.

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