segunda-feira, 14 de julho de 2014

Enfim, tetra campeões

Campeões, com C maiúsculo - Alemanha deu exemplo dentro e fora de campo

É tetra. A final da Copa do Mundo serviu apenas como uma cereja no bolo para a seleção alemã. Em um jogo pragmático e de extrema dificuldade, a Nationalelf conquistou, enfim, o seu tão sonhado lugar ao topo. Uma seleção que batia na trave a três mundiais, conseguiu consagrar um trabalho que vinha sendo realizado desde 2004. O trabalho de anos lapidados por Löw foi recompensado.

Mário Götze, de apenas 22 anos, foi preterido por Joaquim Löw. Em um momento crucial do jogo, foi escolhido para entrar e marcar seu nome na história da seleção. A torcida viu com desconfiança a escolha do jovem naquela altura do jogo. Seria melhor escalar alguém mais experiente, caso o jogo fosse para os pênaltis? Löw não pensou nisso, preferiu apostar no jovem para matar o jogo ali mesmo, nas prorrogações. 

Götze não fez uma Copa brilhante. O meia atacante jogou apenas duas partidas como titular e foi sacado da equipe. Mesmo assim, a frieza foi como a de um grande e acostumado campeão. Götze comandou os últimos títulos nacionais do Borrussia Dortmund como um experiente líder, e foi contratado pelo Bayern de Munique pelo talento e frieza nas horas decisivas.  O talento do jovem fez a diferença na final contra a Argentina. Foi dele o golaço que fechou com chave de ouro a participação alemã na Copa do Mundo 2014. Um jovem de 22 anos, que estará ainda mais maduro e em seu auge no próximo mundial, a ser realizado na Rússia em 2018. 

A caminhada rumo ao topo:

Löw e Klinsmann - A construção de uma geração vencedora

A caminhada até o tetra foi longa. Ainda em 2004, Joaquim Löw começava seu trabalho como auxiliar de Jürgen Klinsmann, que tinha como objetivo montar uma seleção mais jovem e confiante para a Copa de 2006, que seria sediada em casa. Nomes como Mertesacker, Phillip Lahm, Klose e Schweinsteiger já eram destaques. 

A grande promessa e revelação do mundial 2006 foi Lukas Podolski, que ganhou o prêmio de melhor jogador jovem do torneio. Klose foi o artilheiro, com 5 gols. A Alemanha não conseguiu o título em casa no mundial de 2006. Após uma dolorosa derrota por 2x0 para a Itália na semifinal, a Alemanha disputou o 3° lugar com Portugal, e venceu por 3x1.

Foi então em 2007 que Joaquim Löw assumiu o cargo de treinador da equipe. O sonho alemão em busca do título se tornava ainda mais convicto, e uma nova chance surgiria na Copa de 2010, na África do Sul. Uma nova promessa trazia esperança e confiança aos torcedores alemães.

Thomas Müller mais uma vez artilheiro - 2018 é logo ali

Thomas Müller, na época com apenas 20 anos, estreou já como titular contra a Austrália, no primeiro jogo da fase de grupos do mundial 2010, e marcou gol na goleada por 4x0. Seria ele o grande destaque da Nationalelf daquele torneio. Müller marcou cinco gols durante o mundial, divindo a artilharia do torneio ao lado de David Villa (ESP), Diego Forlán (URU) e Wesley Sneijder (HOL). O atacante ainda ganhou o prêmio de melhor jogador jovem da competição.

A estrela de Thomas brilhou de novo. Terminou a Copa de 2014 novamente com cinco gols marcados, alcançando agora a marca de dez gols marcados em Copas, podendo em 2018, por que não? alcançar ou superar o seu companheiro Miroslav Klose. 

A triste lesão de Reus:

Mario Götze homenageia Marco Reus na final da Copa

Foram dois torneios batendo na trave. A Alemanha vinha lapidando seu tetra campeonato desde o mundial de 2006. Foi então em 2014 que o sonho se tornou realidade. Mas quis o destino não facilitar a história. Dias antes da seleção embarcar para o Brasil, uma triste notícia. A grande revelação e talvez principal reforço do time para o mundial sofreria uma grave lesão.

Marco Reus, meia atacante do Borussia Dortmund, era a esperança para conduzir a Alemanha ao seu tão sonhado título. Foi em um amistoso realizado dias antes que o meia sofreu uma grave lesão, rompendo os ligamentos e dando adeus ao sonho de disputar sua primeira Copa do Mundo, com 25 anos.

Se a fome pela taça já era grande, a motivação se tornou ainda maior. Com muita comoção por parte de toda a comissão técnica e jogadores, a seleção alemã desembarcou no Brasil com um propósito: disputar e ganhar a Copa em nome de Marco Reus. 

Campeões dentro e fora de campo:

A simpatia tomou conta da seleção alemã - Amador por onde passavam

Desde os primeiros dias em solo brasileiro, uma surpresa. Os “gelados e sérios” alemães demonstraram um show de simpatia e exemplo de excelente roteiro. Instalaram-se no interior da Bahia, no distrito de Santo André, em Santa Cruz Cabrália. Com um esquema de treinos sempre fechados, os jogadores tinham a liberdade de passearem e se divertirem nas praias, visitavam escolas e entidades carentes da região, e recebiam visitas da família constantemente. Tudo isso sem deixar de lado os treinos táticos e sérios, que eram cumpridos diariamente. Um trabalho sério e focado para a conquista do título. 

Sempre com a liberdade de usarem redes sociais e se divertirem nas horas vagas, os jogadores alemães conquistaram o coração dos brasileiros. Por onde passaram, surpreenderam povos de todos os tipos, desde baianos a cariocas. Sem deixar o compromisso principal de jogar futebol, souberam equilibrar brincadeiras e seriedade do trabalho. Um planejamento impecável que deu certo desde o primeiro dia de estadia em solo brasileiro. Um exemplo que pode, e deve ser tomado pela bagunçada seleção brasileira. 

Antes da partida final contra a Argentina, a Alemanha já era campeã. Campeã em planejamento, em simpatia, em organização. Campeã em respeito, humildade e seriedade no trabalho. Durante todo o torneio não foi visto jogadores subestimando adversários, não se viu treinos invadidos por patrocinadores ou programas de tv, não se viu dancinhas ou dribles durante um jogo sério de Copa do Mundo.

Mais brasileiros que muita gente, os alemães conquistaram o país

O que faltava para a Alemanha era a cereja do bolo. Todo o trabalho de longos anos finalmente foi recompensado. Uma mistura de promessas e experiência se sagrou campeã. A experiência de Schweinsteiger, um guerreiro que jogou no sacrifício boa parte do torneio. A seriedade de Klose, que soube bater o recorde de Ronaldo sem perder a humildade de reconhecer a brilhante carreira do craque, mesmo com o atacante brasileiro sendo arrogante e sequer reconhecendo o feito de Miroslav. 

A vitória da Alemanha é uma vitória do planejamento. Planejamento que foi feito nos mínimos detalhes, por uma seleção que veio ao Brasil com o propósito de ser campeã. Campeã dentro e principalmente fora dos campo. A Alemanha é tetra campeã, conquistando e deixando sua marca para sempre aqui no Brasil. Um exemplo que deve ser visto e copiado pelos arrogantes e ultrapassados dirigentes brasileiros. 

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A Copa do Mundo das mulheres

A emoção foi grande ao vivenciar a Copa


Estamos chegando ao fim. Se antes era duvidoso e visto com incerteza por muitos, hoje podemos dizer que a Copa do Mundo 2014 já entrou para a história como uma das melhores da história. Mesmo com desfalques importantes ficando fora, como os craques Falcao Garcia (Colômbia), Ribery (França) e Reus (Alemanha), lesões que chocaram como a de Neymar, seleções queridas que não classificaram (Suécia de Ibrahimovic), entre outros problemas, o mundial deste ano provou que o brasileiro é mesmo um povo festivo e bom anfitrião.

Mais importante que a festa nos estádios, a simpatia dos gringos e os belos jogos, uma característica importante a ser destacada nesta Copa é o grande número de mulheres que frequentam os estádios, as festas, os bares e debates. Mulheres que vivenciam a emoção do maior evento de futebol do mundo.

Fernanda Gentil é destaque jornalístico do mundial

Se por muitos anos a mulher foi vista com tom de preconceito no futebol, hoje em dia a história é bem diferente. Na Copa do Mundo deste ano, o número de repórteres mulheres a cobrir o mundial tem número recorde! Fernanda Gentil, a nova queridinha da Globo, já é considerada uma das melhores jornalistas da atualidade, e vem conquistando cada vez mais espaço na emissora. Há quem diga que a simpática repórter está sendo treinada para 2018 ser a cabeça de chave da emissora no próximo mundial, que será realizado na Rússia.

2014 marcou ainda a contratação da primeira mulher a treinar um clube masculino de futebol. O Clermont Foot 63, da segunda divisão francesa, contratou Helena Costa no início do ano. A treinadora passou seis meses no comando da equipe, mas precisou se afastar por motivos pessoais. Após a saída da técnica, o time anunciou outra mulher para ocupar o espaço. Corinne Diacre assinou contrato por duas temporadas, e já foi capitã da equipe feminina da França.

Além de crescer no meio esportivo profissionalmente, as mulheres tem ganhado ainda mais espaço em rodas de debate sobre futebol. A tradicional cena de amigos comentando sobre futebol em uma mesa de bar já não é unanimidade hoje em dia. Quantas de nós comentamos não só futebol, mas passamos a acompanhar UFC, basquete, futebol americano? Esportes que eram entretenimento preferido dos homens passou a ser também paixão feminina.

O futebol também é nosso

Apaixonada e acompanhando futebol há vários anos, pude presenciar a força feminina nos estádios da Copa esse ano. Em Salvador, nos jogos Portugal 0×4 Alemanha e França 5×2 Suiça, pela fase de grupos, o que mais se viam eram grupos de mulheres animadas chegando aos estádios, trajadas com as cores de suas seleções e afiadas a comentar. Na ponta da língua, sabemos não só a lei do impedimento, mas ditar regras e opinar sobre tática e técnica dos jogadores e times.

A barreira do preconceito ainda é grande, mas vem mudando de ares ao passar dos anos. Isso acontece também durante os campeonatos estaduais e nacionais. Quantas mulheres vemos comentando sobre seus times? Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras… Não é difícil encontrarmos cada vez mais fanáticas pelo esporte.

Ainda somos minoria, e muitas vezes vistas como “marias-chuteiras” por muitos homens mal resolvidos, mas crescemos e mostramos nossa força para comentarmos e acompanharmos tudo o que quisermos. O esporte é um meio de unir nações com o mesmo ideal de celebrar e vibrar, e mais do que nunca, viemos para provar que também temos a paixão e a sabedoria sobre as mais variadas modalidades, dentro de nós.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

DIÁRIO DE COPA: Capítulo 4 - Massacre Alemão

Camisa de Reus para homenagear o craque, que foi cortado do mundial após lesão
 

O relógio marcava 6h50 quando o sol já batia forte na janela do quarto. Salvador amanhece incrivelmente cedo, e sempre acordo pensando já ser umas 10h. A ansiedade tomava conta. Comecei a me arrumar às 8h, com medo de chegar atrasada, não podia perder um momento sequer. O jogo começava 13h.

Se no fim de semana a cidade já fervia de ansiedade e de estrangeiros chegando por todos os lados, na segunda-feira a festa apenas se consolidou. Alemães desfilavam a todo o momento pelos pontos turísticos da cidade, sempre muito sorridentes e confiantes. Os ‘portugueses’ mais eram brasileiros entusiastas e fãs de Cristiano Ronaldo, que pareciam prever o que estava por vir, e por isso faziam uma festa mais discreta. 

Decidimos ir para o jogo de ônibus, eu, Fred e o colega carioca Filipe, ambos trajados na torcida alemã. Fui de Borussia Dortmund, enquanto o namorado foi de Bayern de Munique, rivais até nessas horas. Nosso ônibus partiu rumo a Arena Fonte Nova às 11h15, e a partir daí, um caos se pairou. O prefeito de Salvador não decretou feriado para os dias de jogos aqui, tornando o trânsito um inferno até a chegada ao estádio. Nosso ônibus passou mais tempo parado que andando. O caminho que podia ser facilmente feito em 20 minutos, se tornou uma cansativa viagem de 50 minutos. Nessas horas minha gastrite já tinha superado todos os limites possíveis.


A chegada ao estádio


Arena Fonte Nova recebeu mais de 51 mil pessoas




Após um longo trânsito, enfim, era possível visualizar o estádio, só então fiquei mais aliviada. Ainda faltavam cerca de 40 minutos pro início do jogo. Festa e mais festa, e multidões calorosas iam se espremendo pelas entradas. Até chegarmos ao nosso local, tudo ocorreu de forma tranqüila. As centenas de voluntários gritavam e guiavam os torcedores até as diversas entradas da arena. O maior problema era a falta de instrução dos mesmos para com os gringos. Era nítido que a maioria ali não sabia falar sequer inglês básico, o que tornou comum a cena de estrangeiros perdidos pedindo informação a qualquer um que vissem. 

Dentro do estádio, o ‘jeitinho brasileiro’ não podia faltar. Torcedores que compraram ingressos da categoria 4 (a mais barata, de R$ 60) deviam sentar em seus lugares, atrás dos gols. Mas é claro que não era isso que se via. Uma cena se tornou comum: penetras circulavam pelas melhores categorias, aquelas de lateral do campo (categoria 1 e 2), procurando por cadeiras vazias para se apoderarem. Os estrangeiros têm costume de entrar no estádio apenas cinco minutos antes da partida e olhe lá, então quando eram 12h55 muitos começaram a chegar e expulsar os intrusos de seus lugares. 

Minha visão do campo, logo atrás do banco de reserva alemão
 
Antes mesmo do jogo começar eu já filmava e tirava foto de tudo que via pela frente, encantada e ainda sem acreditar que vivenciava tudo aquilo. Logo a poucos metros do excelente lugar que fiquei (logo atrás dos bancos de reserva), eu admirava de perto Schweinsteiger, Klose e Groskreutz aquecendo na beira do gramado. O melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo, também desfilava a poucos metros de mim. 

A primeira ministra alemã Angela Merkel acompanhava tudo dos camarotes. O curioso era o comportamento dos torcedores quando a viram chegando às tribunas. Em uma fase onde chefes de estado são vaiados pelos brasileiros nos estádios, Merkel teve toda a atenção dos torcedores, que se viraram de costas para o campo e tiraram fotos animados da chanceler alemã.

Groskreutz, Schweinsteiger e Klose no aquecimento

Jogadores batem bola no gramado antes da partida começar


O jogo


Durante toda a partida, um massacre alemão. O técnico Joaquim Löw não pode contar com Schweinsteiger, ainda recuperando de lesão, e optou por Khedira. Se esperava que a seleção tivesse algumas dificuldades defensivas, mas o que se via em campo era um massacre por parte dos germânicos. Müller foi postado como falso 9, enquanto Klose assistia tudo do banco. Se para o veterano o objetivo é superar a marca de Ronaldo e se tornar o maior artilheiro das Copas (faltam dois gols).

Pênalti para a Alemanha. A porteira seria aberta por Müller em instantes

Müller então começava a desenhar mais um capítulo de sua excelente história na seleção. Foram 3 gols do até então artilheiro da Copa. Após o fim da partida, o jovem atacante de 24 anos já somava 8 gols em 7 jogos de Copa do Mundo.  Se Ronaldo se preocupa a todo momento com a marca a ser batida por Klose, é bom que ele comece a se preocupar com Thomas, que tem tudo para, mais uma vez, brilhar no mundial.

Já pelo lado português, Cristiano Ronaldo terminou a partida se arrastando, exausto por precisar comandar uma fraca seleção que depende totalmente de si. Apesar de boas referências como Pepe e Coentrão, que jogam ao lado do craque no Real Madrid, os portugueses pouco sustos levaram ao goleiro Manuel Neuer. A imprudente expulsão de Pepe tornou ainda pior o pesadelo de estréia dos lusitanos. 

Festa da torcida alemã. Bandeiras tomaram a Arena Fonte Nova



Os torcedores alemães não se continham sentados. A maior parte deles permanecia sempre em pé, o que me fez trocar de lugar no segundo tempo. Fui para o lado oposto onde eu estava, só para ficar no meio de uma torcida organizada que entoava gritos em alemão durante toda a partida. Os voluntários até tentavam conter a multidão e pedir que ficassem sentados, mas aqui entrava mais uma vez a falta de instrução para os mesmos, que pediam que os torcedores sentassem, em português! Todos, é claro, ignoravam as ordens e permaneciam pulando e cantando durante toda a partida, um protesto ao futebol moderno. Até porque, assistir jogo sentado é agonizante. Estamos em um estádio de futebol, e não no teatro. 



Com o 4x0 liquidada, resta à torcida festejar nas arquibancadas. Os alemães pulavam, cantavam e derramavam cerveja em quem passasse perto. Uma sensacional aula de patriotismo e festa nas arquibancadas. Enquanto os brasileiros tentavam puxar o insosso grito de “Eu sou brasileiro, com muito orgulho...” os alemães se divertiam com suas músicas confusas e gritos de guerra modernos. O único jogador a ter o nome gritado foi Podolki. “Lu lu lu, Lukas Podolski” gritava a torcida, quando o atacante entrou no segundo tempo. É nítido o respeito que o atacante do Arsenal tem por todos os alemães, mesmo não sendo mais titular da equipe.



Festa pós-partida

Se o jogo todo foi uma grande festa, o pós não poderia ser diferente. Embalados e sorridentes, os alemães se misturavam na saída a uma grande quantidade de torcedores do Bahia, que entoavam seus gritos provocativos ao rival Vitória. Se o clube baiano já havia conquistado Neuer e Schweinsteiger, foi no estádio que tiveram ainda mais visibilidade. Pude avistar uma nova febre entre os baianos, que usavam camisas com o nome    “Bahia de Munique”.

Alemanha x Portugal. Um jogo que jamais esquecerei

O que se pode ver é que a Alemanha deixou sua marca registrada para sempre no coração dos baianos, e também dos brasileiros. Se antes era conhecida como uma seleção fria e séria, hoje é vista como uma das mais carismáticas da Copa, e tem tudo pra chegar longe, mesmo sem sua principal estrela. Reus também era muito lembrado e teve o nome gritado nas arquibancadas, assim como visto em diversas camisas. 

Em um dia que começou com o despertar de Michael Schumacher, em coma por mais de 6 meses, a Alemanha provou que não veio ao Brasil para brincadeira, e que levará a sério a garra e vontade de conquistar o tetra. Não falta motivação para os jovens e experientes atletas, e a partir desta Copa, também não faltará torcida e incentivo. O Brasil abraçou a Alemanha.  

domingo, 15 de junho de 2014

DIÁRIO DE COPA: Capítulo 3 - Clima de carnaval

As protagonistas da vez: Alemanha e Portugal dominam Salvador

Fim de semana em clima de carnaval em Salvador. As ruas que antes eram tomadas por uma invasão laranja dos torcedores da Holanda, dão lugar agora aos polacos alemães. Aos montes, os germânicos vão chegando e invadindo a capital baiana. A seleção que vem conquistando cada vez mais fãs durante o mundial terá que superar a grande perda do meia Marco Reus, que tinha tudo pra ser um dos maiores destaques dessa Copa. Ao menos uma boa notícia, o goleiro Manoel Neuer e o meia Bastian Schweinsteiger devem jogar e não são mais grandes problemas para o técnico Joaquim Löw.

A seleção alemã fez toda sua preparação para a Copa em Porto Seguro, interior da Bahia. Os alemães desembarcaram ontem a noite na capital baiana, e hoje cedo já fizeram reconhecimento do gramado na Arena Fonte Nova, onde jogam amanhã, às 13h, contra Portugal.

Antes disso, minha tarde de sábado foi reservada para assistir a estreia da querida Colômbia, seleção que trouxe ao Brasil uma das maiores torcidas da competição. Como já foi dito aqui no blog, os colombianos foram outros que invadiram o Brasil – mais de 70% do estádio do Mineirão foi tomado por eles. Em campo, a Colômbia conseguiu suprir a falta de Falcao Garcia contra a fraca seleção grega. Os destaques do time tem nome: James Rodriguez, jovem promessa de 22 anos, que se destacou jogando pelo Porto, e hoje atua pelo Monaco. Além dele, o meia Cuadrado, de 26 anos, da Fiorentina, é outro que chama atenção na seleção colombiana. O meia tem sido sondado pelo poderoso Barcelona. 

Qualquer beco com televisão era invadido por multidões sedentas por Copa!

O grande jogo do dia viria mais tarde. Os bares de Salvador começaram a encher logo no fim da tarde, quando estrangeiros se amontoavam para assistir Itália x Inglaterra. Os bairros boêmios da cidade recebiam gente de todos os tipos. Fui para a área do Farol da Barra, ponto turístico bastante conhecido da capital baiana, que atraiu turistas de todos os lugares.  O vídeo abaixo mostra momentos de festa durante o jogo entre Itália x Inglaterra, nos bares da Barra:

 

Antes mesmo do relógio apontar 19h e o início do jogo, não era mais possível encontrar lugares vazios nos bares e restaurantes da região. As pessoas passaram a acompanhar os jogos em pé e do lado de fora dos estabelecimentos, sem se importar de beber uma cerveja no meio da rua. O clima de carnaval e diversão era grande tanto entre brasileiros quanto para estrangeiros, que nunca se sentiram tão a vontade em um país antes.

Na tarde deste domingo fui a um bar do centro para assistir França x Honduras. Minha curiosidade pela seleção francesa só cresce a cada jogo. Os franceses, que antes era desconfiança para o mundial, vem fazendo os melhores jogos entre as seleções europeias. O destaque do dia ficou por conta de Benzema, que marcou dois gols e participou de mais um (contra). Estarei presente no jogo contra a Suiça no próximo dia 20 aqui na cidade. Espero ver a boa seleção rendendo mais uma vez.

Ainda no bar, foram chegando aos poucos diversos torcedores argentinos, prontos para acompanhar a partida de mais tarde contra a Bósnia. Sem vergonha de demonstrarem sua paixão por onde passam, os argentinos não parecem intimidados pelos brasileiros, e têm feito uma das festas mais bonitas desse mundial. 

Ingressos para a partida de segunda (16). Ansiedade toma conta

Acho que ainda não acredito que estarei no estádio amanhã para ver um jogo da Alemanha em uma Copa do Mundo! E ainda contra a equipe de Cristiano Ronaldo. Será um longo e inesquecível dia para mim. Que seja inesquecível também para a Alemanha. Comprei até tinta guache preta, amarela e vermelha para pintar o rosto.

Blühe, deutsches vaterland!